MÁRTIRES DA CAMINHADA - DOM OSCAR ROMERO

Um grupo de bispos latino-americanos, no dia 29 de março de 1980, às vésperas dos funerais de dom Romero, assinou um documento que dizia: “Três coisas admiramos e agradecemos no episcopado de dom Oscar A. Romero: foi, em primeiro lugar, anunciador da fé e mestre da verdade [...]. Foi, em segundo lugar, um resoluto defensor da justiça [...]. Em terceiro lugar, foi o amigo, o irmão, o defensor dos pobres e oprimidos, dos camponeses, dos operários, dos que vivem nos bairros marginalizados”.

Campesina
Dom Romero foi um bispo exemplar, porque foi um bispo dos pobres em um continente que carrega tão cruelmente a marca da pobreza das grandes maiorias, enxertou-se entre eles, defendeu sua causa e sofreu a mesma sorte deles: a perseguição e o martírio. Dom Romero é o símbolo de toda uma Igreja e de um continente latino-americanos, verdadeiro servo sofredor de Yahwé, que carrega o pecado, a injustiça e a morte de nosso continente. Embora, às vezes, o pressentíamos, seu assassinato não nos surpreendeu; seu destino não podia ser outro, pois ele foi fiel a Jesus e se inseriu de verdade na dor de nossos povos.
Porém, sabemos que a morte de dom Romero não foi um fato isolado. Fez parte do testemunho de uma Igreja que, tanto em Medellín, como em Puebla, optou, a partir do Evangelho, pelos pobres e oprimidos. Por isso, agora compreendemos melhor, desde seu martírio, a morte por fome e doença, realidades permanentes em nossos povos; assim como os incontáveis martírios, as incontáveis cruzes que pontuam nosso continente nestes anos: camponeses, moradores das periferias, operários, estudantes, sacerdotes, agentes de pastoral, religiosas, bispos encarcerados, torturados, assassinados por crerem em Jesus Cristo e amarem os pobres.
São, como a morte de Jesus, fruto da injustiça dos homens e, ao mesmo tempo, semente da ressurreição [...]. Dom Oscar A. “Romero é um mártir da libertação que o Evangelho exige, um exemplo vivo do pastor que Puebla queria”. Dom Romero, que assistiu em 1979 à Conferência Geral dos Bispos Latino-americanos em Puebla, identificou-se plenamente com o apelo dos bispos à “conversão de toda a Igreja para uma opção preferencial pelos pobres, no intuito de sua integral libertação” (Puebla 1134). Assim, ele leu, com toda clareza, num país esgarrado pela violência, “a testemunha subversiva das Bem-aventuranças que revolveram tudo” e entendeu que tinha de desarraigar a violência a partir de suas bases, a violência estrutural, a injustiça social. E, por isso, é dever da Igreja “conhecer os mecanismos da pobreza”.

Dom Oscar Romero comprimentando os paroquianos
A opção preferencial pelos pobres é um convite para a Igreja como um todo e para cada seguidor de Cristo. “O cristão, se não viver este compromisso de solidariedade com o pobre, não é digno de chamar-se cristão”, ele dizia. E continuava: “Por isso, os pobres marcaram o verdadeiro caminho da Igreja. Uma Igreja que não se une aos pobres para denunciar, a partir deles, as injustiças que se cometem contra eles, não é a verdadeira Igreja de Jesus Cristo” (Homilia, 23 de setembro de 1979). Nisso, ele reconheceu sua missão como arcebispo: “Creio que fazer esta denúncia, na minha condição de pastor do povo que sofre a injustiça, seja meu dever.
Isto me impõe o Evangelho, pelo qual estou disposto a enfrentar o processo e a prisão” (Homilia, 14 de maio de 1978). Com muita clareza, na homilia de 8 de julho de 1979, afirmou: “Se nos cortarem a rádio, se nos fecharem o jornal, se não nos deixarem falar, se matarem todos os sacerdotes e até o arcebispo, e ficar um povo sem sacerdotes, cada um de vocês deve converter-se em microfone de Deus, cada um de vocês deve ser um mensageiro, um profeta”. Durante um retiro de quatro dias com um grupo de sacerdotes do Vicariato de Chalatenango, ele anotou estas linhas, nas quais relata a resposta de seu confessor, o pe.Azcue: “Outro meu temor é a propósito dos riscos de minha vida. Custa-me aceitar uma morte violenta, que nestas circunstâncias é absolutamente possível.
O padre me deu ânimo, dizendo-me que minha disposição deve ser a de dar minha vida por Deus, qualquer que seja meu fim. As circunstâncias desconhecidas, devo vivê-las com a graça de Deus, que assistiu os mártires e, se for necessário, senti-la-ei vizinha a mim quando der o último respiro. Porém, mais importante que o momento de morrer, é oferecer a Deus toda a minha vida, viver por Ele”. Duas semanas antes de sua morte, numa entrevista ao diário Excelsior, do México, disse: “Fui freqüentemente ameaçado de morte. Devo dizer-lhe que, como cristão, não creio na morte sem ressurreição: se me matarem, ressuscitarei no povo salvadorenho.
Digo isso sem nenhum ostentação, com a maior humildade. Como pastor, sou obrigado, por mandado divino, a dar a vida por aqueles que amo, que são todos os salvadorenhos, até por aqueles que me assassinarem. Se chegarem a cumprir-se as ameaças, desde agora ofereço a Deus meu sangue pela redenção e ressurreição de El Salvador. O martírio é uma graça de Deus, que não me sinto na situação de merecer, porém, se Deus aceitar o sacrifício de minha vida, que meu sangue seja semente de liberdade e sinal de que a esperança se transformará logo em realidade.

O povo salvadorenho acolhe João Paulo II em 1983, lembrando Dom Romero
Minha morte, se for aceita por Deus, que seja pela libertação do meu povo e como testemunho de esperança no futuro. Você pode escrever: se chegarem a me matar, desde já eu perdôo e abençôo aquele que o fizer”. Não resta dúvida sobre o caráter martirial da morte de dom Romero. Iniciou-se, na América Latina, a época em que os cristãos, morrendo pela fé, dão sua vida pela justiça.


Dom Romero
íntimo


por Costanzo Donegana
os últimos dois anos de sua vida, dom Romero fazia um diário. Todas as noites, registrava em um gravador os principais fatos do dia. Lembrava-se deles e os comentava. O registro transformou-se em uma fonte única, necessária sobretudo para conhecer o lado mais profundo e íntimo de sua personalidade, que surge diferente da imagem pintada pelas alas políticas e eclesiais, tanto da direita como da esquerda.
Instrumento de Deus
“Rezo ao Espírito Santo, para que me faça caminhar nas estradas da verdade e me mantenha sempre guiado unicamente por Nosso Senhor; jamais pelos elogios, nem pelo temor de ofender” (13/03/80). Tais palavras, pronunciadas dez dias antes da sua morte, resumem o seu projeto de vida. Respondendo a alguns jornalistas, que elogiavam uma homilia feita por ele na catedral, afirma: “Eu sei apenas que a graça do Espírito Santo guia sua Igreja e torna fecunda sua palavra. A isso eu credito o sucesso que vocês atribuem à minha homilia.
Todo o meu trabalho pastoral é feito com esse espírito. Confio no Espírito Santo e procuro ser seu instrumento, amando e servindo sinceramente o povo, a partir do Evangelho” (27/11/79). Esse amor coloca-o literalmente no meio do povo: “Das pessoas que vieram às audiências de hoje, a maioria era muito pobre. Muitas dessas pessoas estavam angustiadas por causa da situação de injustiça. Algumas eram mães de desaparecidos. Procurei lhes dizer palavras de conforto, ou dar-lhes orientações que as ajudassem a enfrentar as dificuldades” (19/09/79).
Amigo do povo
O povo retribui com carinho e fé o amor do arcebispo. Logo depois de voltar da Conferência de Puebla, dom Romero reza uma missa na catedral. “O povo interrompeu várias vezes minha homilia com carinhosos aplausos. Terminada a missa, cumprimentei os sacerdotes presentes e saí, acompanhado pelas aclamações do povo, para saudar os que tinham ficado do lado de fora da Igreja. Foi um momento carinhoso. (...) Tive a sensação de estar numa família” (16/02/79). O relacionamento de dom Romero com seus sacerdotes é ainda mais profundo.
Ele os acompanha pessoalmente desde o tempo do seminário, dedica-lhes grande parte de seu tempo, reúne-os para momentos de oração e de confraternização e os consulta continuamente à procura de ajuda para enfrentar a difícil situação do país e da arquidiocese. Oscar Romero, não é um herói solitário, mas um pastor, um homem de comunhão. “Fui visitar o grupo de sacerdotes que está fazendo o retiro espiritual no seminário. Falamos da situação atual do país e do papel da Igreja, dos diferentes aspectos e opiniões que existem no próprio clero e entre os cristãos.
Insisti sobre o fato que nossa perspectiva deve ser totalmente pastoral, sem, evidentemente, ignorar os problemas políticos, que devemos iluminar. Mas gostei mais da segunda parte, quando falamos dos aspectos humanos de nossos relacionamentos como presbíteros. Há boa vontade. (...) Agradeci-lhes por terem evidenciado minhas deficiências, que podem ser um obstáculo a esses relacionamentos” (14/11/79). “Hoje de manhã fizemos a reunião do senado presbiteral. (...)
Mergulhamos totalmente na análise da situação política do país. Nessa reflexão cheia de realismo, tive muito prazer em ver a maturidade de meus sacerdotes. Apesar da diversidade de seus critérios políticos, há uma única visão pastoral. Percebi um notável crescimento do sentido de Igreja. Pedi-lhes que continuem a me dar seus conselhos, de modo que, neste mar tempestuoso da política da pátria, nossa Igreja seja guiada por critérios evangélicos e pastorais” (14/01/80).
Homem da unidade
Dom Oscar Romero arriscou tudo pela unidade. Depois do encontro em uma paróquia da diocese, comentou: “Convidamos todos a compreender qual é a verdadeira missão e o verdadeiro papel da Igreja. A partir dessa verdade, discutimos sobre a divisão que existe entre os fiéis da paróquia. Houve intervenções muito diretas de setores tradicionais, como de setores mais avançados, que trabalham na pastoral da maneira como a arquidiocese deseja. Todas as contribuições foram úteis. Recomendei várias vezes a unidade, o sentido transcendental do trabalho eclesial e o estudo atento sobre o que é a Igreja, para embasar o trabalho pastoral, tendo em vista a construção da verdadeira Igreja de Jesus Cristo” (23/04/79).
Este amor pela unidade da Igreja e do povo é o principal motivo do seu sofrimento, principalmente quando ele é incompreendido e acusado de ser fonte de divisão. Este sentimento é percebido inclusive entre os bispos. Na Conferência Episcopal de E1 Salvador, dom Romero se encontra sempre em minoria, apoiado apenas por dom Arturo Rivera y Damas (que o sucederá). Ele enfrenta a situação com fé, espírito de comunhão e firmeza: “Também dom Rivera me fez a grata surpresa de vir encontrar-me. Conversamos sobre o documento secreto de denúncia contra mim, assinado por quatro bispos.
O documento me acusa, perante a Santa Sé, de atitudes contrárias à fé, de politização, de fazer pastoral com bases teológicas falsas e de um conjunto de outros argumentos que põem em cheque meu ministério episcopal. Apesar da gravidade do fato, senti uma grande paz. Reconheço, diante de Deus, minhas deficiências, mas acredito que trabalhei com boa vontade e muito distante das coisas graves, das quais me acusam. Deus dirá a última palavra, que aguardo com tranqüilidade, mantendo o trabalho com o entusiasmo de sempre. Sirvo com amor a Santa Igreja” (18/05/79).
“A reunião dos bispos na Nunciatura confirmou a divisão que existe entre nós. Só houve acordo em relação à necessidade de fazer uma denúncia oficial pelo assassinato do padre Macias (...). Quando se tratou de analisar as causas do crime, a reunião se deixou arrastar pela suspeita de uma infiltração marxista na Igreja. Não obstante todos os meus esforços, não foi possível afastar esses preconceitos. Esforcei-me para explicar que a perseguição, infligida aos sacerdotes, deve-se ao fato de eles buscarem permanecer fiéis ao espírito do Concílio Vaticano II. (...) Ofereci a Deus essa prova da paciência, já que a culpa do mal que acontece ao país foi imputada, em grande parte, à minha pessoa” (11/08/79).
Filho da Igreja
Há um momento em que dom Romero percebe que o próprio papa tem reservas em relação à sua ação pastoral. Depois de uma audiência com João Paulo II, comenta: “Acho que foi um colóquio muito útil, porque muito franco. Bem sei que não se deve sempre esperar uma aprovação plena, pois é mais útil receber advertências que podem melhorar nosso trabalho” (07/05/79). Naquele mesmo período escreve: “Entreguei tudo nas mãos de Deus, dizendo-lhe que procurei fazer toda a minha parte e que, apesar de tudo, amo a Santa Igreja e, com a sua ajuda, serei sempre fiel à Santa Sé, ao magistério do Papa.
Todavia compreendo a parte humana, limitada, defeituosa da Igreja – que é o instrumento de salvação da humanidade – à qual quero servir sem reserva alguma” (04/05/79). Um mês antes de morrer, encontra-se novamente com João Paulo II: “Senti que o Papa está de acordo com tudo o que eu digo. No final, ele me abraçou muito fraternalmente e disse-me que rezava todos os dias por El Salvador. Naquele momento, tive a sensação de que o próprio Deus confirmava e dava forças ao meu pobre ministério” (30/01/80).
Diálogo com todos
Dom Romero não fecha nenhuma oportunidade de diálogo com as partes em conflito. Depois de uma reunião com seus assessores, afirma: “Entendi que, tanto a Junta de governo, como as organizações populares que lutam contra ela, têm aspectos positivos e negativos. A posição da Igreja é evidenciar e apoiar o que possa ser positivo. (...) A Igreja, por amor à pátria e pelo bem da justiça, deve também denunciar todos os obstáculos a esse processo revolucionário que parece já se ter iniciado” (29/10/79). “Hoje de manhã, recebi o secretário-geral da União Democrática Nacional, um partido marxista. Ele elogiou o trabalho da Igreja.
Disse que esse trabalho é muito diferente do que havia em outras épocas, quando seu marxismo chamava a Igreja de ‘ópio do povo’. Agora, pelo contrário, é o melhor ‘despertador’ do povo, pois grande parte do que está acontecendo em favor da transformação do país é obra da Igreja” (29/11/79). “Jantei com o coronel Majano e com o doutor Morales Erlich, membros do governo. Falamos sobretudo da reforma agrária. Eles têm grande esperança. Mas aproveitei também para apontar os perigos e as dúvidas que suscitam as minhas críticas (...): antes de mais nada, a conjunção da reforma agrária, com essa onda de evidente repressão violenta, nascida nos órgãos de segurança.
Também perguntei por que eles não garantem apoio popular mais decidido, favorecendo o diálogo com as forças populares, com o desejo de descobrir os verdadeiros interesses do povo e de acolher as reivindicações em favor da justiça. Não é o caso, certamente, da extrema direita, que não trabalha em favor dessas reivindicações, mas para manter seus privilégios”. (14/03/80). Dom Romero nunca permitiu que se confundisse sua ação com a dos grupos políticos. Em inúmeros pontos do seu diário ele afirma claramente essa distinção:
“À noite, os representantes do FAPU, uma organização popular, vieram para expressar seu desejo de ajudar a Igreja. Eu os adverti com a maior clareza: ‘Sem o perigo de querer manipulá-la’. Eles concordaram. (...) Insisti muito nessa autonomia da Igreja e no fato de que ela, a partir de sua perspectiva evangélica, apóia todas as iniciativas, cuja finalidade seja a de construir a justiça, o bem-estar, a paz dos homens”. (12/06/78).
O sangue
Dom Romero inspira-se somente no Evangelho. Nele, encontra a força e a luz de sua luta e de suas propostas. A um grupo de jornalistas que o interrogam sobre uma solução pacífica para a violência no país, responde com simplicidade evangélica: “Eu digo sempre que a melhor solução pacífica é um retorno ao amor e um verdadeiro desejo de busca de um diálogo. Isso deve basear-se em um clima de confiança – que tem de ser demonstrado com os fatos – para que o povo possa expressar as próprias opiniões em total liberdade e todos sejam admitidos ao diálogo”.
O arcebispo é morto enquanto celebra a Missa. Indefeso, porque sempre recusara as ofertas de proteção do governo. “Quero correr os mesmos perigos que o meu povo corre”, costumava repetir. Poucos minutos antes do crime, disse na homilia: “Neste cálice o vinho se torna sangue, que foi o preço da salvação. Possa este sacrifício de Cristo nos dar a coragem de oferecer nosso corpo e nosso sangue pela justiça e pela paz do povo”.
Trajetória
• 1917 – Nasce Oscar Arnulfo Romero, de uma família modesta em Ciudad Barrios (El Salvador).
• 1931– Entra em seminário. Seis anos depois, interrompe os estudos para ajudar a família, em dificuldades, trabalhando por alguns meses nas minas de ouro com os irmãos. De volta ao seminário, é enviado a Roma para estudar teologia.
• 1942 – É ordenado sacerdote; volta a El Salvador e é destinado a uma paróquia do interior, da qual é transferido, em seguida, para a paróquia da catedral de San Miguel, onde realiza um grande trabalho pastoral por 20 anos. Caracteriza-se como sacerdote dedicado à oração e à atividade pastoral, pobre, dando impulso a obras de caridade, mas sem compromisso social evidente.
• 1966 – Eleito secretário da Confer. Episcopal de El Salvador.

Consagração episcopal - 1970

• 1970 – É nomeado bispo-auxiliar de San Salvador, cujo bispo, dom Luis Chávez y Gonzalez, está decididamente atualizando a linha pastoral proposta pelo Concílio Vaticano II e a Conferência de Medellín, auxiliado eficazmente por dom Arturo Rivera y Damas, também bispo-auxiliar. Romero não se identifica com algumas linhas pastorais da arquidiocese e deixa transparecer sua tendência conservadora.
• 1974 – É nomeado bispo da diocese de Santiago de Maria. O contexto político se caracteriza por uma forte repressão sobretudo contra as organizações camponesas.
• 1975 – Quando a Guardia Nacional assassina 5 camponeses, Romero celebra uma Missa para as vítimas; não denuncia publicamente o crime, mas escreve uma carta dura ao presidente Molina.

Rutílio Grande
• 1977 – É nomeado arcebispo de El Salvador. Ficam surpreendidos os setores renovadores, que esperavam a nomeação de dom Rivera y Damas. Em 12 de março é assassinado o jesuíta pe. Rutílio Grande, comprometido com o povo e amigo de Romero. É o momento da “conversão” de Romero, quando se coloca corajosamente do lado dos oprimidos, denunciando a repressão e a violência estrutural, numa aliança entre os setores político-militares e econômicos, apoiada pelos Estados Unidos, e que explora o povo. Romero não fica calado também diante das violências da guerrilha revolucionária. O momento mais forte da sua ação, em defesa dos direitos humanos, são as homilias dominicais, nas quais analisa a realidade da semana à luz do evangelho. Transmitidas pela rádio católica, são ouvidas em todo canto do país, dando esperança ao povo e suscitando o ódio dos poderosos.
• 1978 e 1979 – Recebe o doutorado Honoris Causa pelas Universidades de Georgetown (EUA) e de Louvain (Bélgica). Em outubro de 1979, um golpe de estado depõe o ditador Humberto Romero e o poder é assumido por uma Junta de Governo, composta por civis e militares. Mas o exército e as organizações paramilitares assassinam centenas de civis (entre eles vários sacerdotes) e a guerrilha responde com execuções sumárias e destruição das estruturas do país.

Assassinado durante celebração

O povo chora sua morte

• 1980 – Dom Romero escreve ao presidente dos EUA, Carter (17 de fevereiro), pedindo que não envie ajuda militar e econômica ao governo salvadorenho, pois ela favorece a repressão do povo. Na homilia de 23 de março, ele se dirige explicitamente aos homens do exército, da Guardia Nacional e da Polícia:

5.º aniversário de morte - o povo salvadorenho não esquece seu líder
“Frente à ordem de matar seus irmãos deve prevalecer a Lei de Deus, que afirma: NÃO MATARÁS! Ninguém deve obedecer a uma lei imoral (...). Em favor deste povo sofrido, cujos gritos sobem ao céu de maneira sempre mais numerosa, suplico-lhes, peço-lhes, ordeno-lhes em nome de Deus: cesse a repressão!”. Serão as últimas palavras do bispo ao país. No dia seguinte, ele é assassinado por um franco-atirador, enquanto reza a missa na capela do Hospital da Divina Providência. O mandante do crime, major Roberto D’Aubuisson, é reconhecido como responsável, mas nunca foi processado.
• 1994 – Abre-se o processo de canonização de dom Romero em San Salvador.
• 1997 – O processo passa para a Congregação das Causas dos Santos em Roma.

16 comentários:

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