Com a adesão de 20 mil pessoas em Brasília e passeatas menores
em 18 cidades - entre elas Rio, Curitiba, Salvador e Recife -, a Marcha
Contra a Corrupção voltou às ruas, no feriado de hoje, com faixas e
cartazes contra políticos e pedidos em favor da Ficha Limpa. Na capital,
a Polícia Militar (PM) calculou primeiro em 13 mil e depois elevou para
20 mil pessoas a estimativa dos participantes, que percorreram a
Esplanada dos Ministérios, entre o Museu da República e o Ministério do
Exército. O presidente do Coongresso Nacional, José Sarney, contra quem
havia diversas faixas e gritos de ordem, foi o principal alvo dos
protestos. No Twitter, a frase "Morre Sarney" está entre os temas mais
comentados do dia.
Os três pontos principais do movimento são a regulamentação da Ficha
Limpa pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a aprovação do projeto de lei
que estabelece o voto aberto dos parlamentares no Congresso, e a
preservação dos poderes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de órgão
de controle externo do Judiciário. Mesmo recalculando para mais o total
de participantes, a marcha em Brasília foi inferior à anterior, de 7 de
Setembro, quando foram contabilizadas 25 mil pessoas.
Em São Paulo, um grupo calculado em 1 mil pessoas caminhou pela
Avenida Paulista, a partir do Museu de Arte de São Paulo (Masp), e pela
rua da Consolação foi até o Teatro Municipal. Um homem foi detido, por
quebrar o vidro de uma lanchonete, mas o CET não precisou interditar
nenhuma rua.
Uma das organizadoras do evento, a autônoma Lucianna Kalil, explicou
que, desta vez, além da divulgação da iniciativa em redes sociais houve
distribuição de panfletos para que as pessoas tomassem conhecimento do
movimento. Na manifestação foram colhidas assinaturas para um
abaixoassinado em defesa do projeto Ficha Limpa.
No Rio, a iniciativa mobilizou cerca de 2 mil pessoas, que empunharam
cartazes e vassoura na orla de Copacabana. “Nós mobilizamos as pessoas
pelas redes sociais. Já é a terceira passeata aqui no Rio”, contou a
empresária Cristine Maza. Além do fim do voto secreto no Congresso, os
organizadores correram listas para um projeto de lei que transforme a
corrupção em crime hediondo.
Na manifestação de Salvador, cerca de mil pessoas, na maioria
universitários, participaram da caminhada entre a Barra e Ondina onde
reside o Jaques Wagner. Com faixas, cartazes, narizes de palhaço e as
cores da bandeira brasileira pintadas nos rostos, os manifestantes
gritaram palavras de ordem e cantaram o Hino Nacional. Havia juízes
vestindo camisetas pretas com os dizeres “Magistrados indignados com a
corrupção”.
Em Curitiba, o protesto reuniu aproximadamente 500 pessoas, que
seguiram pelo calçadão da rua 15 de Novembro até a Boca Maldita. Um
grupo, que se chamou de Anonymous, desfilou com máscaras. Faixas pediam o
fim do voto secreto, a reduçao da carga tributária e a tipificação do
enriquecimento ilícito como crime penal. No Recife, o protesto reuniu
150 pessoas, que caminharam por dois quilômetros da Avenida Beira-Mar.
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