O Movimento de Educação de Base (Meb) organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) comemora nesta segunda-feira, 21 de março, 50 anos de criação. A comemoração, porém, acontece na quinta-feira, 24, na sede da CNBB, em Brasília.
O evento contará com a presença de várias autoridades eclesiásticas, inclusive a presidência da CNBB, autoridades do Governo Federal e do estado de Minas Gerais e Maranhão, estados em cuja educação contou com o trabalho do Meb. De acordo com a assessora pedagógica do Meb, Marielli Rezio Cortes, a cerimônia tem por objetivo divulgar o trabalho desenvolvido pela entidade ao longo dos últimos 50 anos.
“Queremos com a cerimônia divulgar a ação do Meb e chamar mais pessoas para esta missão e tocar autoridades para a causa da alfabetização de jovens e adultos que é uma causa de geração de cidadania”, disse a assessora.
Durante a cerimônia, o presidente do Meb, dom Augusto Alves da Rocha [bispo emérito de Floriano-PI], falará sobre a ação do Meb no Brasil; também falará sobre a data o presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha e o secretário executivo do Meb, padre Virgílio Leite Uchôa; ainda se pronunciarão algumas autoridades presentes no evento.
Atuação
Entre 2003 e 2009 o Meb desenvolveu o "Programa Cidadão Nota Dez", em Minas Gerais com 416.684 alfabetizandos. Os educadores populares eram 25.087. Nos estados do Piauí, Maranhão, Ceará, Amazonas, Roraima e Distrito Federal, o projeto "Saber Viver e Lutar" alfabetizou 88.910 pessoas com 9.672 educadores populares. O estado do Maranhão foi ainda contemplado com mais dois projetos do Meb entre 2007 e 2008, com a implementação de projetos de desenvolvimento sustentável de comunidades em situação de risco social (Fundo de Solidariedade da CNBB/Cáritas) e Programa de Alfabetização Educadora Maranhão (Paema) entre 2008 e 2010. Os projetos alfabetizaram juntos 33.022 pessoas. O Piauí, por sua vez, contou com o Programa "Nova Abolição" de 2007 a 2010. Neste projeto foram contempladas 46.792 pessoas com a presença de 4.052 educadores populares.
Os dados quantitativos do Meb dão conta de que entre 2003 e 2010, foram alfabetizadas 586.966 pessoas com os trabalhos desenvolvidos por 40.853 educadores populares.
50 anos a serviço da cidadania
A história do Meb teve início em março de 1961. A entidade foi precursora da educação à distância, por meio das escolas radiofônicas, nascidas na arquidiocese do Rio Grande do Norte por iniciativa do então padre Eugênio Sales [Cardeal Sales, arcebispo emérito do Rio de Janeiro]. Nas décadas seguintes, além da alfabetização, implantou cursos de capacitação destinados às comunidades tais como cooperativismo e associativismo.
O Meb ganhou prestígio logo no seu nascimento, pois em 21 de março de 1961 o presidente da República em exercício, Jânio Quadros, editou o decreto que dispôs sobre o Programa de Educação de Base, no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. De acordo com o artigo 2º, o Meb executaria um plano qüinqüenal (1961-1965) para expandir e tornar crescente a rede escolar radiofônica. Foi a partir do decreto que o Meb adquiriu estabilidade funcional. Para isto, foram importantes também as figuras de dom Helder Câmara e dom Vicente Távora.
“O Meb ao sustentar a sua ação nestes cinqüenta anos de existência, seja em parcerias governamentais, seja no âmbito interno das ações pastorais da Igreja Católica, celebra, com alegria e sentimento de dever cumprido, a sua contribuição na superação da miséria e da exclusão social mediante educação popular libertadora”, destaca a direção do organismo.
Fonte: Portal da CNBB
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